Pesquisas em andamento: Alexandra Helena, Chris Mariani, Rogério Félix
Reunião online por meio de videoconferência.
-
Informes
-
Site e redes: propostas de postagens
-
Eventos e publicações: chamadas para trabalhos
-
Discussão sobre as pesquisas em andamento de Alexandra Helena, Christina Mariani e Rogério Félix, no âmbito do projeto Memórias da escravidão e resistência no cinema e em outros meios: abordagens africanas e afro-diaspóricas
Plano de trabalho de Alexandra Helena - Memórias da escravidão e resistência no cinema e em outros meios: estudo comparativo em torno de imagens dos navios negreiros
Resumo Este plano de trabalho aborda as representações e abordagens da escravidão e da resistência à escravidão, considerando o modo como têm sido construídas e desconstruídas, montadas, desmontadas e remontadas, em campos diversos da arte e da cultura visual, para interrogar especificamente as imagens dos navios negreiros. Por meio de pesquisa bibliográfica sobre sobre a história e as imagens dos navios negreiros, com destaque para o livro O navio negreiro: uma história humana, de Marcus Rediker (2011), propõe-se o estudo de obras cinematográficas e artísticas diversas que envolvem a representação ou a referência a alguma imagem de navio negreiro. Considerando que a figura do navio negreiro emerge como motivo recorrente no trabalho de memória e imaginação em torno da escravidão, e a criação de novas imagens, a retomada e a reinvenção das imagens sobreviventes e das imagens que faltam da chamada “passagem do meio” podem ser compreendidas por meio da exploração de uma constelação de perspectivas, elaboradas por diferentes obras, trata-se de pensar quais são as modalidades de apropriação, recusa e ressignificação do arquivo da escravidão, assim como as formas de reivindicação da invenção de novas imagens, que estão em jogo em obras artísticas de diferentes períodos que confrontam a experiência histórica e a simbologia do navio negreiro.
Plano de trabalho de Christina Mariani - Memórias da escravidão e resistência no cinema e em outros meios: estudo analítico no contexto dos cinemas africanos contemporâneos
Resumo Este plano de trabalho aborda as representações e abordagens da escravidão e da resistência à escravidão, no cinema e em outros meios, nos contextos diversos que podem ser reunidos sob a rubrica dos cinemas africanos contemporâneos e de sua época (desde a passagem da década de 1970 para a década de 1980), com base no estudo analítico e comparativo de produções cinematográficas e artísticas desse e de outros períodos, identificando seus modos de relação com o arquivo histórico da escravidão atlântica e com suas lacunas. Considerando as relações variáveis com o arquivo da escravidão e com suas lacunas, trata-se de pensar quais são as modalidades de apropriação, recusa e ressignificação do arquivo da escravidão, assim como as formas de reivindicação da invenção de novas imagens, que estão em jogo em um ou mais filmes ou obras do período.
Plano de trabalho de Rogério Félix - Plataformas de exibição, dispositivos museológicos, espaços de memória: o Centro Cultural Casa de Angola na Bahia, em Salvador
Resumo Considerando a questão geral do projeto de pesquisa em que se insere, relativo às abordagens africanas e afrodiaspóricas das memórias da escravidão e resistência no cinema e em outros meios, tal como se relacionam com os temas da globalização, do espaço e do território, seja em sentido geral, seja no que concerne às suas modalidades singulares, ativadas por diferentes obras cinematográficas, artísticas e audiovisuais, em múltiplos contextos de circulação, exposição e recepção, este plano de trabalho destina-se a um estudo aprofundado do contexto do Centro Cultural Casa de Angola na Bahia, localizado no Centro Histórico de Salvador, considerando os núcleos da exposição de longa duração da instituição, que preserva e difunde, assim como a Casa do Benin e o Museu Afro-Brasileiro/UFBA, entre outras instituições, elementos de culturas africanas. Por meio de pesquisa bibliográfica e iconográfica, assim como de uma abordagem que temos denominado arqueologia do sensível, este plano de trabalho pretende pensar o espaço em que se situa a Casa de Angola na Bahia, na cidade de Salvador, e as relações espaciais que engendra entre contextos brasileiros e africanos, considerando o que Milton Santos denomina "inseparabilidade dos objetos e das ações". Trata-se, igualmente, de identificar e analisar plataformas de exibição e dispositivos museológicos que a Casa de Angola na Bahia atualiza, particularmente em suas exposições de longa duração, discutindo os modos como esse espaço singular participa do que Santos define como "meio técnico-científico-informacional", como espaço de memória. Finalmente, trata-se ainda de interrogar os modos como a situação espacial e as configurações museológicas da Casa de Angola na Bahia tornam possível elaborar perspectivas críticas sobre histórias e memórias, em relação e além do trauma da escravidão, no contexto de um processo de globalização que se acentua de forma cada vez mais perversa, mas que é preciso considerar também como possibilidade.